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AS MULHERES E A TECNOLOGIA
Quem acredita que tecnologia é coisa de menino desconhece a história da programação.
Ada Lovelace foi a fundadora da computação científica, no século 18. Durante a 2ª Guerra Mundial, cinco mulheres foram responsáveis por escrever instruções para o primeiro computador programável totalmente eletrônico do mundo. Em 1974, no bacharelado em ciência da computação do IME (Instituto de Matemática e Estatística) da USP, as mulheres representavam 70% da turma.
Outra mulher que marcou a história da tecnologia foi a irmã Mary Kenneth Keller. Suas contribuições foram essenciais para criação da linguagem de programação Basic.
Recentemente o filme Estrelas Além do Tempo (título original, Hidden Figures), contou a história de Katherine Johnson, Dorothy Vaughn e Mary Jackson. As três funcionárias negras da NASA foram peça chave no projeto de lançamento do astronauta John Glenn para o espaço, no auge da corrida espacial entre Estados Unidos e União Soviética.
Mesmo com tantas mulheres incríveis na história, ainda existem pessoas que acreditem que tecnologia não é para mulheres. As mulheres na TI fazem a diferença, e esse é um paradigma que precisa ser quebrado.
Hoje em dia, entretanto, existem poucas meninas atraídas por cursos de engenharia e computação. As que ingressam nos cursos e resistem, enfrentam uma realidade desigual no mercado de trabalho.
Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do IBGE, só 20% dos profissionais que atuam no mercado de TI são mulheres. E a raiz do problema não está atrelada ao grau de educação. Segundo o IBGE, as profissionais de TI do sexo feminino têm grau de instrução mais elevado do que os homens do setor no Brasil, mas, mesmo assim, ganham 34% menos do que eles.
Felizmente, na Server, essa não é uma realidade pois não há nenhuma distinção salarial ou contratual entre homens e mulheres, inclusive a empresa gostaria de ter mais mulheres como colaboradoras, porém os candidatos às vagas são predominantemente do sexo masculino. A Server espera que isso mude em um futuro próximo e que a realidade daqui de dentro se torne uma realidade para todas.
O principal problema para ingressar as mulheres na TI é uma questão cultural. Ainda é ensinado que tecnologia, matemática, programação não são áreas de estudos para as mulheres.
Os cursos de tecnologia cresceram 586% nos últimos 24 anos aqui no Brasil.
No entanto, a participação das mulheres matriculadas apenas diminui com o passar dos tempos. Ela caiu de 34,89% para 15,53%.
O AMBIENTE
As mulheres que decidem seguir os estudos na área de tecnologia encontram outros desafios no mercado de trabalho. Elas são desacreditadas por parceiros de equipes e clientes, que não acreditam em seu potencial.
O ambiente de trabalho também desmotiva essas mulheres. No Reino Unido a organização EveryWoman e a Revista Marie Claire realizaram um estudo em parceria. O resultado? 46% das entrevistadas afirmaram já terem passado por um caso de sexismo (termo que define o preconceito de gênero).
Existe muito a ser feito, feito pelas mulheres na TI e no mercado de trabalho em geral. Mas o principal é mudarmos nossa concepção, sobre o que é uma profissão para homens ou mulheres.
Mulheres podem – e devem – trabalhar e estudar tecnologia. O gênero de uma pessoa não define sua capacidade. Nesse quesito, somos todos iguais.
O MOTIVO
A pesquisa do IBGE já citada, indica que as mulheres representam apenas 20% dos profissionais de TI e nos faz refletir. Esta estatística nos dá uma pista do porquê as mulheres são minoria absoluta nos cargos de TI. E nos leva a uma outra reflexão: por que o percentual de mulheres que concorrem aos cursos de tecnologia é tão baixo em comparação ao dos homens?
Sob uma análise sociológica, podemos entender que culturalmente a grande maioria das mulheres são estimuladas a desenvolver habilidades humanas e criativas, em detrimento do estímulo ao raciocínio lógico e a descoberta das engrenagens que movem as coisas. Por outro lado, a tecnologia costuma fazer parte do universo masculino desde muito cedo.
No início da tecnologia da informação, o perfil dos profissionais de TI costumava ser uma espécie de soldado programador, trabalhando de forma isolada, por várias horas e sem muita interação humana. Era basicamente, um programador, um computador e, claro, uma caneca de café!
Entretanto, o mundo mudou e cada vez mais há interseção entre a tecnologia e os negócios, exigindo dos profissionais de TI habilidades sociais, para torná-los capazes de compreender problemas, propor e debater soluções.
A boa notícia é que hoje em dia as empresas impulsionam todos os setores da empresa a estarem interconectados. Trabalhar isoladamente não faz mais sentido, uma vez que a tecnologia está presente em todos os setores da empresa.
Paralelo a isto, as campanhas contra o assédio e a discriminação têm ajudado a criar ambientes profissionais muito mais respeitosos para as mulheres trabalharem, contribuir e crescer nas empresas.
Uma série muito interessante que nos ajuda a ter uma visão do quanto as mulheres precisaram lutar para conquistar respeito e espaço no mercado é “Las chicas del cable” (“As telefonistas”). Neste drama, situado na década de 20, quatro mulheres lutam e passam por dramas pessoais e profissionais para conquistar seu espaço em uma empresa de telefonia.
MOVIMENTOS EM PROL DAS MULHERES NA TI
A internet tem dado voz a quem antes não tinha expressão e tem dado oportunidade para que comunidades se criem em torno de uma causa comum. É o caso dos movimentos e grupos em prol das mulheres na TI.
A Instituição PrograMaria faz um inspirador trabalho de empoderamento feminino e incentivo ao ingresso de mulheres no mundo da Tecnologia. Com o lema “Aprenda a programar e transforme o mundo”, a instituição promove conteúdo na internet, eventos e cursos, além de dar visibilidade às conquistas e contribuições das mulheres na evolução tecnológica do mundo. Vale à pena conferir este artigo sobre as mulheres que fizeram história na Tecnologia.
Na Suécia, um dos países benchmarking global em termos de equiparação de gênero e equidade salarial, uma organização chamada Women in Tech desenvolve um interessante trabalho de incentivo à contratação de mulheres profissionais de TI. Anualmente, a WIT realiza um evento chamado WIThired, que envolve um ciclo de palestras relacionadas à área de tecnologia, além de enaltecer as empresas engajadas com a equidade de gênero nos setores de tecnologia, ainda propicia o network entre profissionais do ramo e essas empresas.
Aqui em Porto Alegre existe um projeto que inspira mulheres a se apaixonarem pela programação. Trata-se de uma oficina de programação gratuita para mulheres em um ambiente acolhedor e de empoderamento. O evento se chama Django Girls e acontece na FADERGS, no centro histórico da cidade nas sextas e sábados no fim do dia.
No nosso facebook temos um post com vários links de iniciativas e movimentos que enaltecem as mulheres em áreas relacionadas à tecnologia.
A luta pelos direitos das mulheres no mercado é antiga e já houve muito avanço nos últimos 100 anos. De modo geral, as mulheres têm lutado para conquistar respeito, espaço e cavar oportunidades no mercado de trabalho, embora muitos dos feitos de mulheres notáveis ainda não receba todo devido crédito.
Neste Dia Internacional da Mulher queremos homenagear todas as mulheres, mas não pudemos deixar de falar das mulheres do mundo de tecnologia (área da Server), que enfrentam os desafios de conquistar seu espaço em um mercado predominantemente masculino e ajudam a transformar o mundo por meio da tecnologia.
Aqui na Server, homenageamos a nossa colega Mariana que atua nesta área, assim como homenageamos a Victória (que trabalha como recepcionista), a Letícia (que trabalha no financeiro), a Bruna (que trabalha na comunicação), a Jaque (que trabalha na limpeza), a Lis (que trabalha como designer no marketing) e a Srª. Rejane (que trabalha com os recursos humanos).
Parabéns!